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Violência no Campo

Page history last edited by mateus 11 years, 10 months ago

O trabalho forçado é uma situação constrangedora para o país, que envergonha a toda a sociedade, e isto ocorre infelizmente desde muitos anos. O trabalho forçado se prepara como uma armadilha: as pessoas são contratadas quase sempre por terceiros que os colocam em uma fazenda onde não têm contato com o mundo exterior. Ali trabalham dois ou três meses, geralmente sem que se cumpram as promessas que lhes fizeram, e quando querem ir embora do lugar não o podem fazer porque tudo o que comeram e o teto sob o qual dormiram lhes é cobrado a preço de ouro. Desta maneira, o patrão cria uma dívida que o trabalhador deve pagar e isto dura até que o patrão quer. A pessoa perde de fato sua liberdade e quando consegue sair o faz sem um tostão no bolso.

 

Isto ocorre geralmente com pessoas que deixam suas famílias esperando, e trabalham sem que lhes seja respeitado nenhum direito trabalhista, sem contrato assinado e por isso é um delito difícil de se provar.

Em primeiro lugar, há que acabar com a impunidade que é um grande estímulo à violência rural. Os fazendeiros, latifundiários e madeireiros assassinos e seus mercenários devem ser julgados e condenados, e ao mesmo tempo há que resolver o problema de propriedade da terra há que fazer uma reforma agrária e discutir um modelo de desenvolvimento. O governo colocou no Estado de Pará uma força militar considerável para impedir esta violência impune, e esperamos que isto continue até que se resolvam os problemas de fundo que é a regularização das propriedades no Brasil e especialmente na região Norte. 

 

É necessário que o mundo saiba o que acontece aqui, já que os grandes meios de comunicação internacionais não se interessam por estes fatos “cotidianos”, a menos que ocorra uma morte tão triste como a da irmã Dorothy. A pressão e a solidariedade internacionais têm uma força gigantesca. Neste momento acredito que deveriam dedicar-se a apoiar as ações que está adotando o governo contra os embates políticos que temos na região, contra o latifúndio, contra os madeireiros e o capitalismo internacional que pugna por instalar-se nestas regiões. Tampouco devemos esquecer da importância da solidariedade humana das famílias com os trabalhadores, com nossas organizações, para que possamos formar esta grande corrente de apoio, unidade e solidariedade no âmbito.

 

fonte: http://www.rel-uita.org/internacional/ddhh/la-impunidad-por.htm

 

Em 2003, foi divulgado o Plano Nacional de Reforma Agrária: Paz. Produção e Qualidade de Vida no Meio Rural, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário que verificou um crescimento de 71 % das ocupações de terras em 2003, em comparação a dados de 2002. Entre os anos 1990 e 2002, no Brasil, ocorreram cerca de 8.980 casos deviolência no campo.

 

Segundo a Comissão Pastoral da Terra – CPT -, no período de 1985 a 2002, foram registrados no Brasil cerca de 1300 casos de assassinatos de trabalhadores rurais, técnicos, líderes sindicais, religiosos e até advogados. De todos os casos registrados, somente 121 foram condenados.

Entre os mandantes dos crimes, aqueles que indicam ou contratam um matador de aluguel, somente 14 foram julgados. Dos executores, somente 96 foram julgados e 58 condenados. Referente à luta pela reforma agrária, entre 1985 e 2002, cerca de 6.330 trabalhadores foram presos.

Em 2003, no início do primeiro mandato do presidente Lula, naquele período, o assassinato executado contra os trabalhadores rurais cresceu 69,8 % em comparação a 2002. As ordens de despejos atingiram 35.297 famílias. O número de prisões também elevou-se a 140,5 %.

No ano de 2004, segundo dados da CPT, houve um aumento de 10,8% nas prisões, das quais envolveram 421 trabalhadores rurais. Dentre as ocorrências de violência no meio rural, o assassinato da Irmã Dorothy Stang, na cidade de Anapu , estado de Pará, repercutiu em todo o mundo. O assassinato ocorreu em 12 de fevereiro de 2005, Irmã Dorothy era uma defensora religiosa da reforma agrária e das questões ambientais no Norte do Brasil. Depois de seu assassinato, sete dias depois, mais quatro trabalhadores rurais foram assassinados na mesma região. Considerando a história do Brasil, a violência no campo herda traços sociais e estruturais de nossa tradicional concentração fundiária e de nossas condições atuais. Segundo o INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária- na região amazônica, há propriedades do tamanho do estado do Sergipe.

 

 

 

A violência sofrida pelas crianças e adolescentes nas áreas rurais do Brasil é a mesma que nas áreas urbanas. Não temos uma violência social e criminal rural e outra urbana, mas, sim, expressões rurais e urbanas da violência. De forma geral, a questão da violência contra crianças e adolescentes no campo é subdimensionada. Não há estudos que façam uma análise serial do desenvolvimento da situação social das crianças e adolescentes nas áreas rurais em relação às questões do trabalho infanto-juvenil; das questões de violência de gênero (incluindo o tema da exploração sexual); nem do envolvimento de crianças e adolescentes em trabalhos perigosos (quer seja em cultivos lícitos, como sisal, cana ou uva – pela intensidade do uso de agrotóxico –, quer seja em cultivos ilícitos ou outras atividades ilícitas em zonas rurais).

 

Uma situação estrutural geradora do ciclo de violência que precisa ser notada é a da deficiência no atendimento aos direitos básicos (saúde, educação e moradia) de crianças e jovens nas zonas rurais. A defasagem educacional e o analfabetismo nas áreas rurais, por exemplo, são muito preocupantes (Tabelas 1 e 2).

Há um déficit social no atendimento à educação nas zonas rurais muito mais acentuado que nos centros urbanos. No caso dos assentamentos do Movimento Sem Terra (MST), 31,5% dos assentamentos não têm escolas próximas. Um dos principais problemas é o da falta de transporte para deslocar mais de 160 mil crianças e adolescentes de 150 mil assentamentos e acampamentos.

 

Além disso, as condições de atendimento à saúde e à moradia nas zonas rurais afetam principalmente mulheres, crianças e adolescentes. Em geral, a segurança nutricional e a situação de saúde referente ao cuidado com o abastecimento de água potável e

o saneamento são mais precários nas zonas rurais que nas urbanas, com efeitos incidentais para a saúde materno-infantil e para a mortalidade infantil. Ainda hoje a mortalidade infantil tem maior incidência nas zonas rurais do que nas urbanas. 

 

fonte http://www.unicef.org/brazil/pt/Cap_07.pdf

 

 

Hoje, não só em São Paulo, mas nas grandes cidades do país, assistimos, ou participamos, do crescimento de fenômenos como o diversificado mercado de produtos “naturais”; a inauguração de restaurantes de comidas típicas; os pacotes de turismo ecológico e rural para hotéis-fazenda; o uso na cidade de carros como modernosjipes e picapes, tidos antes como modelos de veículos rurais; a abertura de lojas de moda country; os recordes de venda de discos de música sertaneja; os televisivos e concorridos rodeios; os 

inúmeros pesque-pague no entorno metropolitano; o treinamento de altos executivos, feito por profissionais da área de recursos humanos, no ambiente desafiador de matas e montanhas; a grande audiência de novelas de temas rurais; a abertura de casas noturnas de forró para público universitário; a oferta de chácaras de lazer para venda e aluguel; os isolados condomínios rurais de 

luxo e outras expressões mercadológicas. 

 

fonte http://www.bjr.sbpjor.org.br

 

 

 

 

 

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